"E disse-lhes Jesus: Todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas." Mateus 13:52
Eis a pergunta que coloco,
Porque raio é que os religiosos cristãos e outros fundamentalistas em geral, pura e simplesmente só se concentram nas coisas velhas, quando o próprio Jesus disse-nos que existe igual espaço e lugar para as novas?
1) Decerto que se deverá ao simples facto de não serem "instruído(s acerca do reino dos céus";
2) O que fará que automaticamente, também não sejam bons "pai(s de família", daqueles com quem convivam e poderiam pelos dons e ministérios do Espírito Santo, ser usados por Jesus para ensino dos demais;
3) Por só tirar do tesouro coisas velhas e nelas estarem focadas, chocam-se com tudo o que seja novo.
A vida desses e dos demais com quem esses convivam, acabam cheias de bolor e empoeiradas, pela rejeição continua destes às re-vigorantes lufadas de ar-fresco, que a novidade tem a capacidade de trazer saúde à alma e renovação à mente. Ficam velhos, desactualizados e calcinados aqueles que só pensam e vivem nas coisas velhas e passadas. Os novos que desprezam e não incluem, com conta peso e medida as coisas velhas, têm mais dificuldades em amadurecer.
"Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam." Mateus 9:1
Compreender, a profundidade do ensino de Jesus quando resumidamente que o os vinhos (novo e velho), cada um deve ser colocado num determinado odre, sem que se misturem os dois, explica-nos bem toda a questão relacionada com o tirar igualmente o velho e o novo do tesouro. Como? É simples. Existem espaços para os dois, assim como qualquer pessoa que gosta de tomar vinhos mais velhos (doces), também toma vinhos novos em alturas de degustação culinária distintas; isto diz-nos que cada um tem o seu espaço/momento e que um não deve suplantar o outro.
"Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento..." 1 Coríntios 5:7 | "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." 2 Coríntios 5:17
Mas como Jesus ensina, e Mateus relatou no capítulo 9 do seu Evangelho, deitando-se um dentro de outro, rompem-se os odres (estruturas), e estraga-se o vinho. Não sendo misturáveis, pois misturar tipos de vinho também provoca bebedeiras mais rápidas, a questão é prática, um não pode entrar na estrutura onde o outro tenha sido guardado. Isto não quer dizer que um ou outro vinho, não preste mas é exactamente isto o que os mais velhos e da velha guarda afirmam - os vinhos velhos é que são bons por serem mais doces, pois em comparação com os vinhos novos, estes últimos são mais amargos, mas cujos características aromáticas têm mais vigor e novidade quanto ao seu sabor.
"Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar." Hebreus 8:13
Não existem mudanças profundas, sem as necessárias ruturas com o passado. Em qualquer transformação necessário é existir novidade mas a partir do zero, pois se o acto de mudar é realizado aproveitando as coisas velhas e passadas, não podemos chamar de mudança mas sim, de "restauro" ou "reforma" - permanência no mesmo; diferente mas igual. Rutura é isto mesmo, largar hoje o antigo e abraçar o futuro, cortar, interromper, quebrar, começar tudo de novo.
"Ensinou Jesus: Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha." Lucas 5:36
Síntese,
A «popular impopularidade» do Evangelho de Jesus, vivido em simplicidade e fidelidade extrema ao exemplificado e ensinado por Ele, será sempre chocante e visto como escândalo pelos religiosos, que confundem o carnal com o espiritual por confiarem mais na bíblia e nas «doutrinas teológicas histórico-culturais» do que em serem guiados pelo Espírito Santo a toda Verdade. Como tal não é de estranhar acusarem-nos de radicalidade ou loucura, por vivermos só em Cristo por meio de relacionamentos com outros, sem estarmos ligado ou dependente de organizações e estruturas associativas religiosas, ou por criticarmos directamente as posições teológicas meio verdadeiras - aliás com Jesus fizeram o mesmo, chamaram-lhe de herege, acusaram-No de ser anátema e ter demónio; mas esses que nos acusam não nos preocupemos, pois Deus com eles tratará.
"Já o tens ouvido; olha bem para tudo isto; porventura não o anunciareis? Desde agora te faço ouvir coisas novas e ocultas, e que nunca conheceste." Isaías 48:6
Conclusão,
Apesar de jamais negar que a experiência das coisas velhas, permite-nos a vivências das novas, percebo que quem esteja «decadentemente» focado no passado, nunca terá a possibilidade de experimentar verdadeiramente o que há de novo para se gozar e ser vivido. Eu, do velho escolho ficar só com a memória e a experiência que do mesmo posso retirar, não permanecendo assim portanto, preso e encrostado ao passado, prossigo vivendo em total liberdade o novo que o tesouro do Reino dos Céus em mim, me dá a experimentar a cada dia!
"E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis." Apocalipse 21:5
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Por Hélder Reis Inocêncio
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