Introdução,
O Amor só funciona para quem o quer, aceita e procura amar, mas não resulta, não entra, não transforma quem não quer, mesmo que seja Deus a amar. Quanto pensamos e agimos pensando que por amarmos, conseguimos mudar o outro, logo nos achamos mais que Deus, visto que nem Ele obriga ninguém a ser amado ou a transformar-se; na ânsia que algumas pessoas têm mudar e libertar outras, acabam elas mesmas por se colocarem em relacionamentos de escravidão com aqueles que querem à força transformar. Abdicando do seu próprio crescimento espiritual, esquecem-se de si próprias ao ponto de deixarem de evoluir interiormente - tal é a cegueira em que se encontram pela confiança exacerbada nas suas próprias capacidades. O nome disto é orgulho e não espiritualidade nem amor, pois ninguém muda ninguém, porque esse poder para a transformação interior de cada individuo, só Deus, só O Amor é que O tem.
"Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele." 1ª João 4:16
O ser-se aceite é a consequência imediata de ter-se sido amado. Se alguém não te aceita como és, e sempre coloca em ti a pressão de teres que ser assim ou daquela forma, é porque não te ama como és e logo não precisa do teu amor por estar cheio de si mesmo(a. Por mais dura e crua que possa ser, é a verdade que nos liberta para uma real experimentação do Amor e pelo facto da Divindade ter-se soprado para dentro do Ente-Humano, sim somos essência d´O Amor; isto se continuarmos a decidir viver n'O Amor procurando conhecê-Lo e reconhecê-Lo dentro em nós, pois o Amor não é um sentimento; O Amor é uma Pessoa (Deus) e pessoas têm sentimentos, como tal , cuidemos também de quem somos protegendo os nossos corações de amores inviáveis.
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (...) Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz." Eclesiastes 3:1 a 8
Sobre o desapego/morrer para nós mesmos,
Não teve Jesus que "amar" o desapego, a ponto de abdicar de tudo (Ele mesmo, nós, etc), indo à cruz para que pela Sua morte (desapego), fossemos libertos para recebermos do Pai O Seu Amor em plenitude?! Por vezes é necessário libertarmos o outro e nós mesmos; e para isso, temos de morrer para nós mesmos, de nos desapegarmos; para também sermos absolutamente livres para amar. Com o tempo, também eu acabei por perceber e "amar" o desapego, pois ele permite que me desocupe para primeiro amar-me e amar quem esteja no mesmo "comprimento de onda" da revelação do Amor em mim, o qual tenho cada vez mais acabado por me tornar e ser.
"Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." 1ª João 4:8
Relembrem-se que não somos Deus para sustentarmos amores impossíveis de serem objectivados. Somos limitados e só Ele é todo-poderoso; nós ainda não (poucos perceberão esta revelação). Só Deus consegue sustentar "amores impossíveis" com os que não querem viver n´O Amor, e quando compreendermos isto e libertarmos quem se demonstre incapaz de ser receptáculo vivo do nosso amar, O Amor ocupará o espaço que deixarmos livre para que a pessoa tenha oportunidade de ser preenchida com O amor que VERDADEIRAMENTE precisa - e grande parte das vezes, não é o nosso amor. Como sabemos então, se a pessoa é receptáculo impróprio para o nosso amor? Simples. Basta que a relação, se centre só no esvaziar de quem dá, sem que se receba em troca; e assim se verifique a inexistência da tal verdade: Dai e ser-vos-à dado. Resumindo: É amar sem que também o amor do outro nos preencha - se tivesse, se existisse, decerto que nos iríamos "sentir" amados.
"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha (ou ainda outra pessoa qualquer), mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á." Mateus 10:37-39
Amor, amar e medo uma equação impossível,
Se amamos por que temos medo... se não nos desapegamos também por medo... se amamos porque temos medo de com o deixar de amar alguém, deixaremos também de ser amados, é porque na verdade não somos livres para amar, mas só para escrever sobre O Amor; além do mais, não temos sido aperfeiçoados pelo Amor, e por essa razão é que vamos sobrevivendo como reféns do nosso próprio ego, traumas, carências emocionais e viscerais. Se assim agimos, pensamos e sentimos (medo de deixar de amar, quem não nos ama, quem percebemos que não nos preenche de amor), então estamos a ser idolatras de egos/entes alheios, pois procuramos a nossa salvação amando quem não tem poder para nos amar com aquele Amor salvífico que só Deus O tem para nos dar e encher ao ponto de nos fazer transbordar amor incondicional e sem expectativas próprias.
"No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor." 1ª João 4:18
"Conjugalidade" ou a União de duas Almas num só Ente-Amor,
Existem dois tipos de personalidades, as quais chamo de "Pessoas-Sol" ou "Pessoas-Lua", e caso se juntem para um projecto de vida a dois, acontece-lhes tal e qual o que verificamos no firmamento: É-lhes impossível a "conjugalidade" , tal e qual como o astro diurno (o Sol) também não pode coexistir ao pé do astro nocturno (a Lua) e vice versa. Esta antipatia deve-se ao desfasamento cósmico necessário e propositado, relativo à correspondente funcionalidade individual. Por isto os "caminhos" do Sol só se cruzam com os da Lua em raros eclipses, afim de percebermos os porquês de terem sido feitos para coexistirem num mesmo firmamento mas cada um na plenitude do seu "território" oposto!
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Provérbios 4:23
A complementaridade entre duas pessoas, só acontece na semelhança e identificação entre ambas, não na junção de personalidades opostas entre si. O divergente, reforça a tensão e a retracção entre personalidades, ao invés de promover a compatibilização necessária à fusão espiritual de duas almas. No que diz respeito às "razões" do coração, não funciona a "máxima" do magnetismo em que os opostos se atraem, pelo facto de só ter em conta a causa e o factor seguinte: Pólos energéticos dos metais. Mas o Ser-Humano não é um metal, é um espírito que tem uma alma e vive num corpo. Na metafisica do coração, a "equação" incluiu a nossa individualidade (carácter, personalidade), e o nosso espírito e emoções; por isso entre opostos Humanos verifica-se que um repulsa o outro. Por isso a "mecânica" das iterações relacionais entre pares, são diferentes.
"Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." Génesis 2:21-24
Entre Entes-Humanos Masculinos e Ente-Humanos Femininos, portanto, só nos semelhantes ou clonados, existe a mútua atracção necessária para que seja possível e real uma união plena das almas em conjunto com a fusão dos corpos!
Últimas considerações e conselhos,
Nos afastemos de quem uma vez seja amado por nós, não viva e não expresse naturalmente essa mesma natureza que somos; primeiramente para consigo próprio e logo também para connosco. Manter relacionamento com quem assim demonstre não querer viver nessa plena essência, também não nos preencherá por mais que o(a amemos, assim como não nos estimulará à plenitude de quem somos - Amor. Viver assim, demonstrá afinal que nos estaremos a odiar.
"O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem." Provérbios 19:8
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por Hélder R. Inocêncio | Fundador e um dos Dinamizadores SPOT'X,
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