Quem diz que esta imagem acima se trata de uma blasfémia é porque crê que na mesma se encontra plenamente reflectido ou representado Deus O Pai, Jesus O Filho e O Espírito Santo. E quem assim crê, idólatra é.
Leiam com calma sem ser na diagonal; reflictam. Passo a explicar...
O QUE QUERO DIZER COM A INTRODUÇÃO ACIMA,
Se o deus do cristianismo faz-se representar por meio de imagens em cartoons, então esse deus não é bíblico (Cf. Êxodo 20:2 e 3); mas se há «cristões» que assim pensem - que é ele que está neste e noutros cartoons, então toquem a adora-lo em qualquer papel em que o desenhem. Se O Altíssimo não habita em templos feitos por Homens (Cf. Actos 7:48), estará Ele presente numa folha de papel? Mas que deus "todo-poderoso" é esse, que precisa de ser defendido pelas suas criaturas?!
Onde é que O Deus que É Espírito habita?! Nas páginas de um cartoon certamente que não. O Deus verdadeiro (não o das religiões) que é Espírito habita em pessoas que O Amam (Cf. 1ª Corintios 3:16). Alguns de vós podem até nem ser Charlie mas ao menos sejam inteligentes. Ok? Quem tenha uma ideia distorcida acerca d'O Altíssimo, a qual costuma ser transmitida pela religião, colocará a sua crítica ou revolta contra um arquétipo e não contra Ele objectivamente; muito menos contra quem n'Ele creia.
Da mesma forma só um crente que possua uma ideia distorcida acerca de quem Deus É (sendo crente num arquétipo), é que irá sentir-se ofendido por uma sátira à sua crença feita através de um cartoon, visto que O vê lá - isto quando Ele não lá está. Criticar ou caricaturar religião, seus icons, líderes da mesma, etc. não é o mesmo que agredir, ameaçar ou matar alguém, mas sim expor argumentos ou ideias e debate-las no âmbito dos mesmos. Só os fundamentalistas religiosos que por serem cheios de religiosidade, nada têm de espiritualidade, e por tal levam o confronto à sua crença como agressão ao seu deus e a eles mesmos.
Se o seu reflexo num espelho não é a totalidade nem a plenitude de quem você É como Ente espiritual eterno possuidor de uma alma (identidade emocional) vasta e invisível impossível de ser contida ou mensurável, muito menos Deus O Eterno O Alfa e O Ómega é ou pode ser representado num cartoon Charlie Hebdo, imagem ou escultura religiosa; daí Ele ter dito para não se fazerem nem se contemplarem imagens como "representações" d'Ele. Assim quem as considera estas representações como blasfémia, tem de as ter para si como reflexos da Sua Imagem - não esquecer que foi Ele e não eu quem chamou de idolatras a quem assim as considerasse.
Se não é Deus quem está naquela imagem, a mesma não se trata de uma blasfémia. Se algo que foi dito, escrito ou desenhado não se trata da verdade, não se incomode com uma mentira dita, distorção ou calúnia feita a respeito da pessoa ou carácter de quem você ama; não se valoriza a verdade nem a pessoa enquanto se estiver a super-valorizar a mentira. Destaque principalmente a verdade de quem a pessoa é e não somente quem ela não é, e acima de tudo deixe a pessoa Ser - não a defenda caso a Pessoa seja Deus; ele não precisa que ninguém O defenda. Deixe Deus ser Deus, É Ele o Justo Juiz e não você!
Muito se confunde Deus com religião (cristianismo, islão, etc.) e vice-versa, bem como também se mistura espiritualidade com religiosidade e versa-vice; típico da religião e dos seus prosélitos religiosos. A haver um Deus (e eu sou daqueles que acredita que há), Ele não tem religião - não é pró-cristianismo, pró-islamismo, pró-budismo, pró-etc. e outros ismos a sete; e além de não ter uma religião, chama de idolatras aos que criam imagens Suas ou a quem as considere como tal tal - Suas representações.
RESUMINDO,
Os cartoons «Tipo-Charlie Hebdo» não blasfemam a Deus. São sim, a respeito de um conceito errado e distorcido d'Ele (arquétipo), o qual é produto de uma incompreensão de quem Ele É, ou seja não é Ele; incompreensão esta comummente transmitida pela religião através das suas incompreensíveis doutrinas religiosas e demais atitudes. O pecado de Charlie Hebdo e dos profissionais que lá trabalhavam (pecado esse que os levou a serem vítimas de pena de morte executada de forma sumária), não foi o terem blasfemado a Deus mas sim o terem blasfemado a religião e ridicularizado os arquétipos que esta tem d'O Mesmo. Pior ainda é existir quem se diga cristão e ache isto consequência normal ou lógica de eventos e acto explicável - logo justificado.
É esta a minha visão da "coisa" e nada tem a ver com o concordar com este género de sátira - sou sim a favor da livre-expressão de ideias (sejam pró ou contra homossexualismo; sejam pró ou contra a religião; sejam pró ou contra consumismo; sejam pró ou contra anedotas acerca de loiras; etc.) mas sem ofender e agredir directamente pessoas através de palavras objectivas de agressão ou violência personificada às mesmas. Ou seja, sou a favor de que dissertem e argumentem acerca da verdade bem como do que pensem ser a verdade, inclusive acerca da minha pessoa, mas jamais serei a favor do combater ou da militância física através de acções ou de palavras ameaçadoras, agressivas, desrespeitosas, pois isto sim não é de quem esteja n'Amor d’Deus e n'O Seu Evangelho!
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NOTA DO AUTOR,
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