Será que o Deus do Antigo Testamento (ontem) é o mesmo do Novo Testamento (hoje e amanhã), revelado em Jesus? A minha resposta é que sim, pois uma coisa é o que Ele diz sobre Si mesmo (sempre suficiente e acurado) e tudo mais, e outra é o que outros dizem sobre Ele (sempre limitado e parcial, por vezes errado até) e tudo menos; por isto O Pai enviou O Seu Filho que se fez Homem em Jesus para revelar-se de forma mais plena e íntima ao Homem.
"Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens." Paulo narrado no Blog d'Atos dos Apóstolos, capítulo 17 verso 29
A dificuldade que o ser-humano tem para apreender no seu intelecto (mente e alma condicionada à temporalidade), a compreensão de um Deus intemporal que é O mesmo ontem, hoje e amanhã, mas contudo se manifesta como sempre-novo, deve-se primeiramente facto de focarmos todo o nosso processo interpretativo centrando-o na nossa existência imediata. Como aliás é normal. Mas tanto a projecção do futuro, como a interpretação correcta do passado, só é feita de forma correcta, justa e verdadeira quando no presente tempo e espaço, estamos em contacto profundo com a eternidade; a isto chama-se discernimento espiritual, e para tal é necessário existir em nós a pré-disposição, como também uma reformatação da nossa mente afim de que a nossa visão seja mais abrangente e universal. Mas, os grandes inimigos de uma projecção espaço-temporal da nossa consciência, estão no valorizarmos mais a opinião dos outros bem como as das clausuras teológicas, que a(s religião(ões nos impõem, condicionando-nos a nossa individual experiência existencial, limitando a percepção pessoal da nossa consciência espiritual no tempo e no espaço.
UM ÚNICO DEUS EM PROCESSO REVELACIONAL CONTINUO,
O deus Judeu duro e rancoroso do antigo testamento, em contraposição com o bom do novo testamento, foi criado pela teologia que para explicar complica, e acaba por fragmentar a divindade, formatando-a ao nível da mente humana; mas trata-se de algo que simplesmente não existe. Deus, tem vindo a revelar-se à Humanidade numa lógica de «processo revelacional» na história humana, «passo-a-passo»; por isso existem muitos aspectos da Sua natureza que têm vindo a ser manifestos, pelas diversas «dispensações/eras» os quais não conseguimos entender se só nos focarmos no particular. Na realidade, acontece tal e qual uma dança entre namorados (a divindade com a humanidade), que se dão a conhecer num contínuo namoro cósmico. Por isso, para O "compreendermos" devemos olhar mais para o horizonte da globalidade e universalidade do Seu Ser manifesto.
"Antes que os montes nascessem ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade Tu és Deus." Blog dos Salmos d'David, capítulo 90 verso 2
O Deus Eterno para com uma humanidade limitada, afim de ser compreendido e correctamente apreendido de forma satisfatória para nós, não tem como se revelar, sendo Ele Eterno, sem que seja em ciclo ou processo «dispenssacional» (por eras), devido ao facto de como Seres Humanos que apesar de sermos Entes Espirituais, temos nesta existência uma alma e mente, que devido às limitações do corpo, tempo e espaço não possuímos ainda a capacidade para O abarcarmos na nossa gnose e alma, de uma só vez. A mais ínfima "porção" da Essência de Deus O Amor, é infinitamente mais absoluta e mais real que eu, este Cosmos e todos os possíveis Multi-Universos, juntos. Não devemos, portanto, esperar entender e assumir Deus de uma forma total, após um só ou mesmo que vários momentos «revelacionais» da eternidade. Precisamos de infinitos momentos da revelação do Divino e da Eternidade, pois por termos sido criados à Sua imagem e semelhança - apesar de um pouco menores que Ele, somos igualmente eternos.
UM DEUS QUE SE FEZ PERTO E PRÓXIMO - À NOSSA IMAGEM E NOSSA SEMELHANÇA,
Deus é realmente vasto, inescrutável e a Sua sabedoria é sem margem para dúvidas louca aos Homens, tanto que Ele - Aquele que criou a Humanidade à Sua imagem e semelhança, na última dispensação «revelacional», fez-se compreensível e tornou-se acessível, próximo e intimo da Humanidade, quando em Jesus Cristo foi a Sua vez de se refazer à nossa imagem e semelhança. Se O Eterno se tivesse revelado a nós de uma só vez, e não por fases ou estágios, nunca O iríamos entender de uma forma abrangente e cada vez mais real, mais próxima e mais íntima; tal e qual Ele É, e deseja que O conheçamos na Sua última manifestação ao Mundo: Deus Pai Encarnado em Jesus. Uma coisa é certa, para já, tendo em conta o que nos foi revelado: teremos hoje acesso já a uma eternidade "inteira" através de Jesus - Aquele que do Pai dos Espíritos veio ser O Caminho, a Verdade e a Vida para chegarmos ao Pai, O Deus eterno que se revela em processo, mas por ansiar tanto por intimidade connosco, deu-nos O Seu Filho para n´Ele desfazer todos os equívocos que ontem e hoje, tivemos acerca de Deus!
"...Ele fez-se abundar para connosco em toda a sabedoria e prudência; Levando-nos a descobri o mistério da Sua vontade, segundo o Seu beneplácito que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra." Blog de Paulo aos Efésios, capítulo 1 versos 8 a 10
Como podemos perceber, pela revelação relatada na própria bíblia, a presença e manifestação de Deus é preferencialmente relacional e não espacial ou temporal. Aqueles que Ele criou à Sua semelhança, a Humanidade tornou-os no Seu meio privilegiado de representação, pela qual o Criador se faz intermediar no Mundo. Por isso, a experiência das coisas velhas, permite a vivências das novas, mas quem esteja decadentemente focado no passado, nunca terá a possibilidade de experimentar e conhecer verdadeiramente o que há de novo para aprender, gozar e ser vivido. Não há como Deus ausentar-se de manifestar-se às nossas vidas, se ao O buscarmos fizermos com um coração sincero e contrito. Mais tarde ou mais cedo, mediante a nossa persistência em efectivamente separar tempo para nos entregarmos em intimidade com o Pai, Ele revelar-se-à em evidência, se não for por forma audível ou visível, decerto será tangível a nós!
NOVAS DISPENSAÇÕES DA REVELAÇÃO DIVINA,
Mas, não tenhamos dúvidas de que continuaremos a ser surpreendidos por Deus, O qual continuará a revelar-se em novidade de vida e em novidade de conhecimento a nós, pela eternidade a fora, pois apesar de também sermos eternos, Deus É infinitamente superior, mais sábio e excelso que nós. e assim haverá sempre mais e mais para O ilimitadamente conhecermos. A maior surpresa ainda está por vir, por está reservado à Humanidade passar a fazer parte da própria divindade - deixando de ser aquele protótipo teológico falho e limitado da trindade (Deus - Pai; Filho e Espírito Santo) para passarmos a ser com Deus uma família plena, pois além da esposa do Filho (a Igreja - pessoas que amam e seguem Jesus), quem sabe se esta união familiar e casamento cósmico, não dará outros filhos para se povoarem outros universos, continuando assim Deus a revelar-se e a partilhar de "eternidade em eternidade" quem Ele É - Amor!?
"O teu princípio, na verdade terá sido pequeno, porém o teu último estado crescerá em extremo. Pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição dos seus pais. Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra." Blog d'Jó, capítulo 8 versos 7 e 9
Da mesma maneira, que você não consegue conhecer bem e totalmente uma pessoa após um instante, uma hora ou meses e às vezes nem ao fim de uma vida, também não conseguimos conhecer O Divino (Deus O Criador e Pai dos Espíritos), numa só Era quanto mais no tempo da nossa existência individual. Deus, não muda ao longo do tempo, o que acontece é que Ele vai-se revelando mais e melhor à medida que o tempo passa, por causa da limitação espaço-temporal da nossa alma para O apreender nesta nossa existência no plano físico. O facto d'Ele ser o mesmo ontem, hoje e eternamente (Blog d'Hebreus, capítulo 13 verso 8), não significa que se revele o mesmo da mesma forma, mas que Ele é O mesmo que se revela ontem, hoje e amanhã independentemente do quanto, do como e o que d'Ele revela para que O conhecemos plenamente; ou seja: Deus relaciona-se com o individuo e a Humanidade num constante e continuum processo relacional em que cuja a "dança" cósmica, acontecerá durante toda eternidade e será sempre cheia de novidade e surpresa, que para todo-sempre nos irá pasmar e maravilhar, tal como acontece no amor entre um casal sempre-apaixonado.
RESUMINDO,
Graças a Deus, que Ele próprio nos revela os Seus pensamentos, gota-a-gota, pois se o fizesse de uma só vez, quebraríamos, por não conseguirmos suportar e abarcar toda a informação de uma só vez. Temos toda uma eternidade para continuar a ser eternamente surpreendidos pela vastidão infinita de quem Deus É, e que eternamente continuará a revelar-se a nós sem que O compreendamos em plenitude. Esta é a nossa viagem pelo Magistral Viagem pelo Pluri Universum, onde a Divindade abraçada com a Humanidade, num relacionamento que se constrói e fortalece, passo-a-passo.
"...mil anos são aos Teus olhos como o dia de ontem que passou e como a vigília da noite." Blog dos Salmos d'David, capítulo 90 verso 4
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por Hélder Reis Inocêncio
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