"Adelfos” é a palavra original grega que nos evangelhos, aparece quando Jesus se refere a um irmão. Esta palavra, »pode« significar “irmão de sangue..."; Sim, pode ser mas não é somente traduzida como irmão de sangue ou na fé. Afirmar isto, além de incorrecto em termos da linguística do hebraico como também do aramaico (os textos dos evangelhos assim como o restante Novo Testamento, foram escritos neste dialecto linguístico com bastantes influências gregas), assim como também em grego koiné ou clássico. Como tal, será tendencioso forçar uma só tradução e significado quando »podem« ser diversos. Nas traduções mais antigas dos Evangelho, a palavra original “irmão” foi escrita como “adelphói” (do grego “adelphós”), e o seu significado »pode« além de ser “irmão de sangue”, significar também “membro seguidor de uma clã” - comummente os chamados "irmãos na fé" entre os cristãos. Que o Mundo e a Humanidade hoje saibam, que Jesus É Deus Convosco. Como assim?! No Antigo e Novo Testamento, Deus ao "alcunhar" Jesus de Emanuel (que quer dizer «Deus Connosco»), não significa que Ele (Deus/Jesus - a Divindade), seja de uma elite e classe, ou tenha vindo para uma raça ou grupo religioso. Do Pai dos Espíritos Jesus veio para ser e É Irmão de, e para com toda a Humanidade!
"Deus amou o Mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Blog d'João, capítulo 3 verso 16
O TERMO, CONCEITO & GÉNERO: IRMÃ(O/; HUMANIDADE - UMA SÓ IRMANDADE,
Mesmo hoje em dia a palavra “irmão” é empregue com um significado mais extenso e universal, incluindo “amigos”, “aliados”, “colegas”, “discípulos” e “compatriotas”. Não era diferente na época de Cristo. E estes significados, têm igual correspondência na cultura, linguística e textos bíblicos do Antigo Testamento. O "ói" de "adelph_ói", tem como sentido, um significado mais universal do termo "irmão". Ou seja, "irmão" como todo o Ser-Humano é entre si, visto que toda a Humanidade tem Deus como O Pai dos Espíritos. Problema é que muitos "cristões" da actualidade, levam à letra a tradução da palavra "irmão", como desculpa orgulhosa para não colocarem em prática este ensino/mandamento de Jesus (de nos acertarmos e procurarmos a paz com todos), com quem não seja “irmão de sangue” ou “na fé”, chegando mesmo a rotular pessoas ex-religiosas como tendo deixado de ser “irmãos(ãs na fé”; e fazem isto quando no original os termo "irmão" (filho(a do mesmo pai e/ou mãe) e "próximo" (amigo, colega) ou “semelhante” (desconhecido), são escritos usando uma mesma palavra cujo significado é idêntico – “Adelphoi”.
"E disse Abrão a Ló, (seu sobrinho que tinha ao encargo parte da tribo de ambos*): Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos." Blod d'Gênesis, capítulo 13 verso 8; Lá está, Abraão chamou a Ló (seu sobrinho, familiares e servos deste, de irmãos quando só era tio dele.
Jerónimo, um teólogo da antiguidade como bom argumentador e conhecedor da língua helénica que era, apresenta quatro significados possíveis para o termo “irmão(s)”: 1. parente de sangue, filho do mesmo pai e mãe ou somente de um deles; 2. compatriota; 3. amigo e, por fim, 4. pessoas unidas pela mesma fé. A palavra grega que designa todos estes sentidos é adelphos, e não Plêsion que só identifica pessoas cujo grau de afinidade não está relacionado com parentescos. Em quatro dicionários que pesquisei, encontrei de três a quatro classes de significados para a palavra "irmão". A primeira classe diz respeito aos filhos dos mesmos pais. As outras duas ou três classes referem-se a "parentescos" de afinidade ou intimidade tais como "discípulos", "pessoa íntima", "um amigo(a", "membro de uma ordem religiosa", "membro de alguma igreja cristã", etc... Ou seja, "Adeophos" sem-dúvida, »pode« significar "irmãos" família; "irmãos" pessoas próximas (amigos), e até "irmãos" semelhantes (género humano).
"...tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?" Blog d'Paulo aos Hebreus, capítulo 12 verso 19
JESUS O EMANUEL - DEUS CONNOSCO, EM IRMANDADE COM A HUMANIDADE
A evidência bíblica para a humanidade de Jesus é forte, mostrando-nos que ele possuía um corpo humano, uma mente humana, e experimentou a tentação humana. Jesus teve um nascimento humano e uma genealogia humana: ”vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Ler Blog d'Paulo aos Gálatas, capítulo 4 versos 4 e 5); Jesus possuía um corpo humano que experimentou crescimento (Ler Blog d'Lucas, capítulo 2 versos 40 e 52), assim como outras susceptibilidades físicas, a exemplo de fome (Ler Blog d'Mateus, capítulo 4 verso 2), sede (Ler Blog d'João, capítulo 19 verso 28), cansaço (Ler Blog d'João, capítulo 4 verso 6) e morte (Ler Blog d'Lucas, capítulo 23 verso 46). Como um homem velho, o apóstolo João ainda estava maravilhado ante o fato de que a ele fora dado experimentar Deus o Filho em carne. Como uma criança exultante, ele continua repetindo para si mesmo à medida que descreve a encarnação: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão connosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo." Blog d'João , capítulo 1 versos 1 a 3. João sabia acerca da encarnação há mais de 50 anos quando escreve essa carta, mas, ainda assim, ele escreve com maravilhado assombro à medida que reflecte sobre o caminhar nas praias da Galileia, pescar, comer, rir e ter os seus pés lavados por um carpinteiro que era Deus em carne.
Jesus continuou a ter um corpo físico no Seu estado ressurrecto. Ele inclusive, esforçou-se sobremaneira para assegurar que os seus discípulos entenderiam isso: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” Blog d'Lucas, capítulo 24 verso 39 (Ler também Blog d'Lucas, capítulo 24 versos 42; Blog d'João, capítulo 20 verso 17, 25 a 27). Após a sua ressurreição, Jesus voltou para o Pai ascendendo em seu corpo divinamente reanimado, perante o olhar maravilhado dos seus discípulos, testificando a sua plena e contínua humanidade física na eternidade e pela eternidade a fora (Ler Blog d'Lucas, capítulo 24 verso 50 e 51; Blog dos Actos dos Apóstolos, capítulo 1 verso 9 a 11). Jesus também possuía uma mente humana, a qual segundo a vontade do Pai, possuía limitações em conhecimento, as quais Jesus não se importou ou incomodou de expor: “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.” Blog d'Marcos, capítulo 13 verso 32; Sobre a Sua infância, o Apóstolo Lucas testemunha que a sua mente humana, crescia e amadurecia em sabedoria (Ler Blog d'Lucas, capítulo 2 verso 52). Ele até “aprendeu a obediência” à sua mãe e pai terrestres, mas principalmente a Deus Pai (Ler Blog ao Hebreus, capítulo 5 versos 8 e 9). Dizer que Jesus “aprendeu a obediência” não significa que ele se moveu da desobediência para a obediência, mas que ele cresceu na Sua capacidade de obedecer à medida que suportava as agruras da vida e os sofrimentos relacionados com a perseguição e morte por causa da Sua missão e ministério. Jesus experimentou inclusive, tentação humana: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Blog aos Hebreus, capítulo 4 verso 15 (Ler também, Blog d'Lucas, capítulo 4 versos 1 e 2).
Ou seja, Jesus em tudo se assemelhou a nós Homens/Humanidade - "...Cristo Jesus, sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus mas aniquilou-se a Si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens..." Blog d'Paulo aos Filipenses, capítulo 2 versos 5 a 8
RESUMINDO,
Jesus, claramente, seja pelo seu discurso e ensinos, bem como pelo seu comportamento e interacções com os demais, relatados nos Evangelhos, possuía uma visão universal quanto ao ser-se irmão, tanto que Ele próprio disse que O Pai tinha dado O Seu Filho, pela Humanidade. Jesus olhava a Humanidade como uma irmandade sua também. O Pai revelado em Jesus, não só é O Pai do Filho – O Messias, como também O Pai da Humanidade que Ele anseia resgatar e Amou a ponto do Seu Filho Unigénito, entregar. Se todos nós, procurássemos lidar com o nosso próximo, seja ele familiar ou não, da mesma maneira como Jesus lidou (amando igualmente a Judeus, como também Gentios e Samaritanos) e aconselhou-nos a lidar, decerto que existiriam mais consensos e menos divergências, atritos e guerras entre os Homens - as quais maioritariamente são promovidas, fomentadas e iniciadas pela religião.
"Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus." Jesus narrado no Blog d'Mateus, capítulo 5 verso 9
O Messias dos Judeus e O Cristo dos gentios (Jesus O Emanuel - Deus Connosco), viajou desde o seio do Pai até ao ventre de Maria, para congregar-se com toda a Humanidade, e quando cá chegou percorria milhas e milhas para ir ao encontro das multidões, com único objectivo de privar em profunda intimidade com elas; hoje Ele priva intimamente connosco, aqueles que procuram a Verdade e os que O amam e buscam pelo Seu Espírito, a quem Ele se revela como antes revelou que além de Deus nos amar e ter perdoado, Ele também É Pai, a Terra foi Mãe e nós a Humanidade somos todos Seus Filhos (uns em intimidade, outros ainda não), e irmãos em Jesus. Tudo isto para dizer, que ainda mais por tudo isto aqui aprofundado e comprovado, não faz qualquer sentido existir entre os Homens, discriminação racial, cultural ou outra de qualquer género!
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por Hélder Reis Inocêncio
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